Descubra como a atividade física pode aumentar a sua imunidade

Descubra como a atividade física pode aumentar a sua imunidade


Como seria sua vida se você estivesse na faculdade, fazendo estágio em três lugares diferentes e estudando inglês e alemão ao mesmo tempo?

Mesmo o melhor dos otimizadores de tarefas “patinaria” para administrar tantas funções paralelas. O custo para cumprir todos os afazeres é alto e, inevitavelmente, chega o momento em que é necessário escolher.

Foi assim com o professor e pesquisador das relações entre atividade física e saúde mental, Felipe Schuch. Quando ele se deu conta, para cumprir o check-list diário, já tinha aberto mão do que considerava fundamental para a manutenção do bem-estar mental: os exercícios físicos. 

Foi preciso um chacoalhão do psiquiatra para relembrar que o melhor caminho para reencontrar o prazer no dia a dia é revisitar hábitos que, num passado próximo ou distante, renderam momentos de alegria.

Ao retomar a rotina de atividades físicas, Felipe decidiu que estudaria para replicar o efeito curativo dele em outras pessoas.  “É algo que me ajudou muito e que pode vir a ajudar outras pessoas.  Foi o que pensei na época”, confidencia o especialista.

Exercício x imunidade

Muito além dos benefícios estéticos e mentais, se movimentar com constância é uma forma de aprimorar o sistema imunológico. A explicação vem das lesões causadas nos músculos durante os exercícios físicos – equivalentes a um recorrente processo inflamatório.

Diante do impacto na estrutura muscular, o organismo é obrigado a se recuperar. “O exercício parece estimular uma resposta pró-inflamatória. A longo prazo, existe uma adaptação desse sistema de reparo que vai fazer com que a nossa imunidade seja mais eficiente”, pontua Felipe. 

“O melhor exercício é aquele que é feito”

Embora a Organização Mundial de Saúde (OMS) *(A) tenha mudado as diretrizes de atividade física em 2020, aumentando para 150 minutos por semana a recomendação de atividades moderadas a vigorosas para os adultos, Felipe defende que é preciso respeitar o perfil de cada indivíduo.

“O exercício pode fazer a gente se sentir muito bem agudamente, mas também pode nos fazer sentir muito mal. A resposta afetiva ao exercício depende de muitos fatores e não é uniforme, não é igual para todas as pessoas”, explica.

 

Segundo essa lógica, os exercícios de maior  intensidade tendem a ter uma resposta afetiva negativa muito mais acentuada em pessoas que são praticantes há menos tempo. 

Já do ponto de vista da saúde mental, a atividade física por lazer é mais valiosa do que por obrigação. Por isso, a recomendação é reservar, pelo menos, dez minutos por dia para fazer algum exercício que traga diversão e leveza para a rotina.

Longevidade

Um dos argumentos da OMS para aumentar o tempo indicado de atividades físicas é a longevidade. À época, o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou: “Ser fisicamente ativo pode adicionar anos à vida e vida aos anos”. *(B) 

É importante destacar: embora todo exercício seja uma atividade física, nem toda atividade física é um exercício. Isso porque o conceito de exercício está ligado à frequência com que os movimentos são repetidos – como um esporte ou ir à academia.

Desta forma, o que a OMS indica é substituir o sedentarismo acrescentando pequenas mudanças de rotina, como descer um ponto antes que o destino do ônibus para completar o trajeto caminhando. 

O Ministério da Saúde adaptou as orientações e publicou um Guia de Atividades Físicas para a população brasileira *(C), com sugestões para todas as idades . Dele, vem a dica: “quanto mais cedo a atividade física é incentivada na sua vida, maiores os benefícios para a sua saúde”. 

Para ouvir

O professor e pesquisador das relações entre atividade física e saúde mental, Felipe Schuch, conversou com as nutricionistas Roberta Carbonari e Alessandra Feltre. Escute a conversa na íntegra, clicando aqui.

*(A) World Health Organization 2020 guidelines on physical activity and sedentary behaviour – PubMed (nih.gov)
*(B) Every move counts towards better health – says WHO 
*(C ) http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_atv_populacao.pdf

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *